Freguesia de Arraiolos
Castelo de Arraiolos | |
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Distrito | Évora |
Concelho | Arraiolos |
Freguesia | Arraiolos |
Área | 683,75 km² |
Habitantes | 7 363 (2011)
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Densidade | 10,8 hab./km² |
Gentílico | Arraiolense |
Construção | 1306 |
Reinado | D. Dinis I |
Estilo | Gótico |
Conservação | Boa |
É Cunha Rivara que nos transmite as referências do padre António de Carvalho da Costa, na Corographia Portugueza (tomo2º Pág 525) e do Padre Luís Cardoso no Diccionario Geographico (tomo 1º pág. 590) onde atribuem a fundação de Arraiolos a Sabinos, Tusculanos e Albanos, ocupantes que foram da cidade de Évora antes de Sertório e deram o governo de Arraiolos ao capitão Rayeo, nome grego. Deste nome, parece ter então derivado o nome da nossa vila, já que o nome Rayeo se foi denominando Rayolis, Rayeopolis, Arrayolos e hoje Arraiolos. Porém, é em 1217 com a concessão do termo de Arraiolos pelo rei D. Afonso II, ao Bispo de Évora D. Soeiro e ao cabido da Sé da mesma cidade, que se inicia um novo capitulo da nossa história.
Em 1290, Arraiolos recebe o 1º Foral, de D. Dinis, e o mesmo monarca manda edificar o Castelo em 1305, sendo que no dia 26 de Dezembro de 1305 o Concelho representado por João Anes e Martim Fernandes, outorgou com com o Rei o contrato para a sua feitura. Arraiolos foi condado de D. Nuno Álvares Pereira - 2º conde de Arraiolos - a partir do ano de 1387. Antes de recolher ao Convento do Carmo em Lisboa, o Condestável do reino, permaneceu aqui longos períodos da sua vida.
Em 1511 recebe Foral novo de D. Manuel. Ao longo dos anos foram muitas as alterações do seu território, tendo limites administrativos definidos a partir de 1736, sofreu, entretanto, várias alterações: - Inclusão no distrito de Évora (1835) ; Anexação do concelho de Vimieiro (1855) ; Anexação do concelho de Mora (1895) ; desanexação do concelho de Mora (1898). Situado no interior sul do país, na vasta região alentejana , Arraiolos é hoje um concelho com 684,08Km2, para uma população de 7616 habitantes (censos de 2001) distribuídos por 7 freguesias: Arraiolos, Vimieiro, Igrejinha, S. Pedro da Gafanhoeira, Sabugueiro, S. Gregório e Santa Justa.
A primitiva ocupação humana do cabeço rochoso conhecido como Monte de São Pedro, ao norte de Arraiolos, é atestada por alguns percutores de quartzo e um machado de cobre pré-históricos, encontrados durante prospecção arqueológica na alcáçova do castelo, atualmente no Museu de Évora.
Acredita-se que a povoação em si tenha se formado por volta de 300 a.C.
A ideia de fortificação deste local remonta à doação da chamada herdade de Arraiolos feita por D. Afonso II (1211-1223) a D. Soeiro, bispo de Évora, com a permissão para que nela se erguesse um castelo (1217).
Com o adensamento do povoamento, uma nova determinação para o levantamento de uma defesa remonta a um contrato, firmado entre o rei D. Dinis (1279-1325), o Alcaide, os Juízes e o Concelho da Vila de Arraiolos (1305), que estipulava a obrigação de levantar, em torno da povoação, "207 braças de muro, de três braças de alto e uma braça de largo; e a fazer no dito muro dous portaes dárco com suas portas, e com dous cubellos quadrados em cada uma porta".
Essas obras foram iniciadas em 1306, com uma verba de 2.000 libras concedidas pelo monarca, e traça de autoria de D. João Simão. Dessa forma, em 1310, ano em que o soberano confirmou a Carta de Foral, (...) a obra estava pronta de pedra e cal e em boa defesa, edificada num monte de configuração cónica, elevado sobre todos os vizinhos e pitorescamente coroado, no vértice, pela antiquíssima Igreja Matriz do Salvador.
O castelo começou a sofrer abandono a partir do século XIV, por ser um local ventoso, frio, reputado como desagradável para se habitar. O rei D. Fernando (1367-1383) tentou dar remédio a essa situação concedendo privilégios especiais aos seus habitantes (1371). Essas medidas, entretanto, se revelaram inúteis, pois nem o fechar das portas à noite, privando dos sacramentos os moradores de fora, conseguiu impedir o despovoamento da fortificação.
Após o desfecho da crise de 1383-1385, os domínios da vila e seu castelo foram doados ao Condestável D. Nuno Álvares Pereira (1387), agraciado com o título de Conde de Arraiolos. Entre 1385 e 1390, daqui partiram diversas expedições militares do Condestável contra Castela.
Ao final do século XVI o castelo ainda era habitado, fechando-se todas as noites pelo sinal do sino (1599). Nessa época um grande número de novas moradias já se espalhava pelas encostas vizinhas. No início do século XVII, entretanto, já se encontrava desguarnecido, vendo os seus materiais de construção serem saqueados e abrigando um curral no seu Pátio de Armas.
Em 1613 o castelo e seus edifícios encontrava-se em avançado estado de ruína, conforme queixas dos Oficiais da Câmara Municipal à época.
À época da Restauração da independência portuguesa, sob o reinado de D. João IV (1640-1656), o muro da povoação e o seu castelo receberam obras de remodelação por necessidades estratégicas (1640). Poucos anos mais tarde, em 1655, o castelo voltava a apresentar ruína, com a barbacã caída, a Torre de Menagem fendida e abandonada, e o Paço dos Alcaides inabitável.
Um século mais tarde, o terramoto de 1755 aumentou-lhe os danos.
No século XIX, o seu Pátio de Armas serviu de cemitério para as vítimas de cólera morbus na região (1833).
No início do século XX foi classificado como Monumento Nacional, por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. No período de 1959 a 1963, o castelo e as muralhas de Arraiolos, foram parcialmente restaurados pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).
O conjunto, integrado pela fortificação do Paço dos Alcaides e pela cerca amuralhada, apresenta planta quadrangular, com elementos do estilo românico e do estilo gótico.
Embutido no troço norte da muralha, o Paço dos Alcaides, de planta quadrada, é dominado pela Torre de Menagem. Esta é dividida internamente em quatro pavimentos, rematada por adarve protegido por merlões. Articula-se pela face leste com as casas da guarda, sobranceiras à porta da Praça de Armas, e, pela oeste, com as pousadas palacianas.
O sólido muro ameado, largo e de altura regular, descrevendo uma forma elipsóide, encontra-se actualmente bem conservado. Nele se inscreviam, originalmente, duas portas:
Parece ter havido ainda uma porta falsa ou postigo, no lado leste, onde o muro apresenta alguma ruína.
A Torre do Relógio, enriquecida com um coruchéu ao tempo de D. Manuel (1495-1521), parece ser um dos cubelos da antiga porta da barbacã, ficando o outro suprido pela grande torre de menagem.
Destaca-se, na praça de armas do castelo, a Igreja do Salvador.
Uma tradição local afirma que existe uma passagem subterrânea secreta que liga o castelo ao Convento de Nossa Senhora da Assunção (Convento dos Lóios).
1297 - 12 de Setembro - O Tratado de Alcanises define a fronteira entre Portugal e
Castela.
- 8 de Janeiro - O Mónaco ganha independência.
- 11 de Setembro - Os escoceses, comandados por William
Wallace e Andrew
Moray, derrotam os ingleses de Eduardo I da Inglaterra, na Batalha de Stirling Bridge.
- Fundação da freguesia portuguesa de Quarteira.
- Um cão de água português é descrito pela primeira vez no relatório
de um monge de um marinheiro de afogamento, que havia sido puxado do mar por um cachorro.
1299 - Osmã I cria o Império
Otomano, que irá durar até 1922.
- Fundação do município (pelo foral) de Vila Nova de Foz Côa.
1302 - 26 de
setembro — Os templários
perdem a ilha de Ruad que se torna assim o
último reduto dos cruzados na Terra Santa.
1305 - Os templários são ameaçados na França
pelo rei Filipe, o Belo.
1307 - As actividades de Portugal no chamado "Mar Oceano" iniciaram-se com
o rei D. Dinis I de Portugal, a
partir da nomeação do Almirante-mor, Nuno
Fernandes Cogominho, sucedido pela contratação do Genovês Manuel Pezagno), a 1 de Fevereiro
de 1317, para o cargo. Com efeito, os portulanos Genoveses conhecidos até essa
data, não fornecem qualquer indicação sobre ilhas no Mar Oceano.
- Fundação do Estudo Geral, d. 1537 Universidade de Coimbra.
1308 - 9 de Março - Primeiro foral à Póvoa de Varzim por D. Dinis de
Portugal que manda instalar uma "póvoa" nas suas terras em Varazim.
- A Universidade de Coimbra foi
instalada em Coimbra, no Paço Real da Alcáçova.
1309 - 12 de setembro — casamento do infante D. Afonso, futuro rei D. Afonso IV de Portugal com Beatriz de
Castela.
1319 - 14 de Março - instituída canonicamente Ordem
da Milícia de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou Ordem de Cristo, fundada pela bula "Ad ea ex
quibus" Papa João XXII.
1310 - 6 de Abril - Os Escoceses reafirmam a sua independência ao assinar a
Declaração de
Arbroath.
1323 - D. Dinis confronta-se com D. Afonso IV no que se passou
a designar como Batalha de
Alvalade, que seria interrompida antes do seu início pela Rainha
Santa Isabel