Freguesia de Viana do Alentejo
Castelo de Viana do Alentejo | |
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Distrito | Évora |
Concelho | Viana do Alentejo |
Freguesia | Viana do Alentejo |
Área | 393,67 km² |
Habitantes | 5 743 (2011)
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Densidade | 14,6 hab./km² |
Gentílico | Vianense |
Construção | 1313 |
Reinado | D. Dinis I |
Estilo | Gótico |
Conservação | ( ) |
Esta pequena vila era inicialmente chamada “Viana a par d’Alvito”. De acordo com fontes históricas, as suas origens remontam ao reinado de D. Afonso III, altura em que lhe foi concedida a primeira carta de foral, depois renovada por D. Dinis.
No território de Viana do Alentejo a pré-história não deixou vestígios significativos da sua cultura material. No entanto, da ocupação romana ficaram muitos testemunhos arqueológicos. Estas heranças encontram-se principalmente no local da ermida de Nossa Senhora d’Aires, onde foram encontrados restos de uma necrópole com lápides funerárias e moedas da época dos primeiros imperadores.
Na época romana existiam dois caminhos que faziam a ligação entre Ebora (Évora), a antiga Pax Julia (Beja) e a Salacia (Alcácer do Sal). Estas duas rotas ainda hoje cruzam o concelho de Viana do Alentejo de norte a sul. Ao longo destes dois itinerários foram surgindo aglomerados urbanos importantes, onde o culto Mariano a Nossa Senhora D’Aires e Nossa Senhora da Esperança se tornou num dos mais importantes do Alentejo.
Durante muitos séculos, as fontes de água naturais facilitaram a fixação do Homem nestas terras, que assim foi lutando contra a sede das planícies da região, fazendo hortas e recheando de chafarizes e fontes as agradáveis ruas de Viana do Alentejo.
Acredita-se que a primitiva ocupação de seu sítio remonte à época da Invasão romana da Península Ibérica, a julgar pelos testemunhos arqueológicos encontrados nas redondezas, em particular no sítio de Paredes e no local da ermida de Nossa Senhora d'Aires, onde foram identificados restos de edificações, de uma necrópole com lápides funerárias e de moedas romanas da época dos primeiros imperadores. As invasões de povos germânicos e, posteriormente, de Muçulmanos mantiveram a exploração agrícola da região, que perdurava, quando foi alcançada pelas lutas da Reconquista cristã, quando entrou na posse de Portugal à época da conquista das vizinhas Évora e Beja.
Os seus domínios, primitivamente integrantes de uma herdade denominada "Foxem", de propriedade da Câmara Municipal de Évora, foram por esta doados, nos primeiros anos da segunda metade do século XIII, a Egídio Martins, mordomo da Cúria no tempo de Afonso III de Portugal (1248-1279), mantendo-se na posse de seus descendentes.
Após o falecimento de D. Martim Gil, senhor destes domínios, o rei Dinis de Portugal (1279-1325) tomou posse dos mesmos, passando Carta de Foral à povoação (1313) documento onde é denominada como Viana-de-a-par-de-Alvito, regulando-lhes as relações e doando cem libras para as suas obras de fortificação. Iniciaram-se, assim, as obras de construção do castelo e da cerca da vila. No ano seguinte (1314), a vila e seus domínios foram doados pelo soberano a seu filho, o futuro Afonso IV de Portugal, com a cláusula de o não trespassar a ninguém, salvo à esposa, a infanta castelhana D. Beatriz, o que ele efetivamente fez, em 1357, poucos dias antes de falecer.
Sob o reinado de João II de Portugal (1481-1495), estas defesas foram remodeladas, uma vez que o soberano, tendo reunido as Cortes em Évora a 12 de novembro de 1481, depois as transferiu para Viana, onde vieram a encerrar-se a 7 de abril de 1482. Na ocasião, o soberano utilizou o Castelo de Viana como residência temporária. Fato semelhante repetiu-se em 1489, tendo Viana de Alvito sido escolhida como palco para as grandes festividades realizadas por ocasião das bodas de seu filho, o príncipe D. Afonso, com a infanta D. Isabel de Castela, em janeiro e fevereiro de 1491, para o que foram também promovidas remodelações na Igreja Matriz.
Esses trabalhos tiveram continuidade sob o reinado de seu sucessor, Manuel I de Portugal (1495-1521), com obras sob a direção dos arquitetos Martim Lourenço, Diogo e Francisco de Arruda. No castelo, destaca-se a construção de um novo pano de muralhas devidamente ameado.
Nos séculos seguintes, entretanto, foram desaparecendo os pontos de referência do castelo, notadamente os fossos envolventes e as pontes pelas quais se acedia ao castelo.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910. A intervenção do poder público, entretanto, só se fez sentir na década de 1940, com obras a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo se procedido trabalhos de consolidação e restauro nas muralhas e nas ameias.
O castelo, de estilo gótico, apresenta além de volumes trecentistas, adornos em estilo manuelino e mudéjar, fruto dos diversos períodos construtivos. Em linhas gerais conserva planta pentagonal irregular, constituída pela articulação de cinco cortinas de muralhas, amparadas por cubelos cilíndricos nos vértices, delimitando o terreiro. O topo destas é percorrido por adarve e os cubelos são arrematados por coruchéus de alvenaria. O maior destes cubelos foi convertido em Torre de Menagem. As fachadas a Sul, Leste, Oes-nordeste e Noroeste são arrematadas por merlões e ameias. Nas cortinas a Sul e a Noroeste rasgam-se, respectivamente a Porta da Matriz e a da Misericórdia, esta última abrindo-se diretamente para o nártex do templo.
Intramuros, o castelo complementa-se com as edificações das igrejas da Misericórdia e da Matriz, da antiga Câmara Municipal e da Capela de Santo António, valorizados pela harmonia dos jardins envolventes.
1299 - Osmã
I cria o Império Otomano, que irá durar até 1922.
- Fundação do município (pelo foral) de Vila Nova de Foz Côa.
1302 - 26 de
setembro — Os templários
perdem a ilha de Ruad que se torna assim o
último reduto dos cruzados na Terra Santa.
1305 - Os templários são ameaçados na França
pelo rei Filipe, o Belo.
1307 - As actividades de Portugal no chamado "Mar Oceano" iniciaram-se com
o rei D. Dinis I de Portugal, a
partir da nomeação do Almirante-mor, Nuno
Fernandes Cogominho, sucedido pela contratação do Genovês Manuel Pezagno), a 1 de Fevereiro
de 1317, para o cargo. Com efeito, os portulanos Genoveses conhecidos até essa
data, não fornecem qualquer indicação sobre ilhas no Mar Oceano.
- Fundação do Estudo Geral, d. 1537 Universidade de Coimbra.
1308 - 9 de Março - Primeiro foral à Póvoa de Varzim por D. Dinis de
Portugal que manda instalar uma "póvoa" nas suas terras em Varazim.
- A Universidade de Coimbra foi
instalada em Coimbra, no Paço Real da Alcáçova.
1309 - 12 de setembro — casamento do infante D. Afonso, futuro rei D. Afonso IV de Portugal com Beatriz de
Castela.
1319 - 14 de Março - instituída canonicamente Ordem
da Milícia de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou Ordem de Cristo, fundada pela bula "Ad ea ex
quibus" Papa João XXII.
1310 - 6 de Abril - Os Escoceses reafirmam a sua independência ao assinar a
Declaração de
Arbroath.
1323 - D. Dinis confronta-se com D. Afonso IV no que se passou
a designar como Batalha de
Alvalade, que seria interrompida antes do seu início pela Rainha
Santa Isabel