Castelo de Giraldo

Freguesia de
Nossa Senhora de Guadalupe

Castelo de Giraldo
Distrito Évora
Concelho Évora
Freguesia Nossa Senhora de Guadalupe
Área 67,17 km²
Habitantes 465 (2011)
Densidade 6,9 hab./km²
Gentílico Eborense
Construção ( )
Reinado ( )
Estilo ( )
Conservação ( )

Évora e sua região circundante tem uma rica história que recua mais de cinco milénios, como demonstrado por monumentos megalíticos próximos como a Anta do Zambujeiro e o Cromeleque dos Almendres. Alguns povoados neolíticos desenvolveram-se na região, o mais próximo localizado no Alto de São Bento. Outro povoado deste tipo é o chamado Castelo de Giraldo, habitado continuamente desde o 3º milénio até ao primeiro milénio antes de Cristo e de esporádica ocupação na época medieval. Escavações arqueológicas, porém, não demonstraram até agora se a área da actual cidade era habitada antes da chegada dos romanos.

Segundo uma lenda popularizada pelo humanista e escritor eborense André de Resende (1500-1573), Évora teria sido sede das tropas do general romano Sertório, que junto com os lusitanos teria enfrentado o poder de Roma. O que se sabe com elevado grau de certeza é que Évora recebeu de Júlio César ou Octávio o nome de Liberalitas Júlia e que foi elevada por Vespasiano à categoria de município. A origem etimológica do nome Ebora é provavelmente proveniente do celta antigo ebora/ebura, caso genitivo plural do vocábulo eburos (teixo), nome de uma espécie de árvore, pelo que o seu nome significa "dos teixos". A actual cidade de Iorque (York), no Norte de Inglaterra, na época do Império Romano, era denominada Eboracum/Eburacum, nome derivado do celta antigo Ebora Kon (Lugar dos Teixos), pelo que o seu nome antigo está hipoteticamente relacionado com o da cidade de Évora. Na época de Augusto (r. 27 a.C.-14 d.C.), Évora foi integrada à Província da Lusitânia e beneficiada com uma série de transformações urbanísticas, das quais o Templo romano de Évora - dedicado provavelmente ao culto imperial - é o vestígio mais importante que sobreviveu aos nossos dias, além de ruínas de banhos públicos. Na freguesia da Tourega, os restos bem-preservados de uma villa romana mostram que ao redor da cidade existiam estabelecimentos rurais mantidos pela classe senhorial. No século III, num contexto de instabilidade do Império, a cidade foi cercada por uma muralha da qual alguns elementos existem até hoje. Segundo Jorge de Alarcão, Ebora foi a cidade lusitana com o maior número de famílias de origem romana, sendo os Júlia, Calpúrnia, Canídia e Catínia algumas das mais destacadas.

O castelo medievalseta_baixoseta_cima

Brasão de Nossa Senhora de Guadalupe
Foto 1 castelo

A primitiva ocupação do seu sítio decorreu de 3000 a.C. a 1000 a.C., continuamente.

No período medieval, voltou a ser ocupado esporadicamente. Fontes do século XV referem a fortificação, associando-a à presença de Geraldo Sem Pavor, guerreiro que conquistou Évora aos muçulmanos em 1165.

O sítio arqueológico foi identificado em 1957. Após trabalhos de prospeção efetuados em outubro de 1960, por uma equipa de jovens arqueológicos (J.F.V.), o castro ficou com as suas muralhas visíveis, bem como os vestígios das paredes de possíveis divisões habitacionais do castelo medieval.

Exemplar de arquitetura militar, castreja e medieval, de enquadramento rural, isolado, num contraforte da serra de Monfurado, na cota de 334 metros acima do nível do mar. Apresenta planta subcircular, com um perímetro exterior de 114 metros, um diâmetro de 36 metros no eixo maior e 35 no eixo menor, e uma área de aproximadamente 0,25 hectares.

Grandes penedias acumulam-se na sua parte superior, tendo sido aproveitadas em parte para adossamento das muralhas de que ainda hoje se encontram visíveis, e que pertencem a um período de ocupação medieval. Essas muralhas são constituídas por blocos de granito de grande dimensão, faces alisadas e arestas direitas, e assentam uns sobre os outros sem necessidade da argamassa para regularizar a construção. Na vertente oriental do castro há vestígios das velhas paredes, restos de humildes casebres que ali existiram há mais de dois séculos.

Acontecimentos da época


805 - O imperador de Bizâncio Nicéforo I sofre uma pesada derrota na batalha contra os sarracenos em Crasus.

811 - Batalha de Virbitza entre o Clã Búlgaro Kroum e o Império Bizantino.

814 - Fim do Reinado de Carlos Magno.

822 - Abd al-Rahman II é nomeado Califa de Córdova (822 a 852).

 - Batalha entre Abd-El-Raman III Califa de Córdova e o Conde Hermenegildo em Rio Tinto (Gondomar)

833 - Aparição de Nossa Senhora da Abadia, também conhecida por Nossa Senhora do Bouro.

839 - Expedição de Afonso II das Astúrias à região de Viseu.